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10 março 2011

Carrossel dos pôneis mancos e calados

a moça de branco brindando com suas poses de tragédia brinca de abismo - pisando em trapo - trincada pelas próprias palavras de flecha - atinge a glote sem escalpelar a suavidade da fala - ouve todos os sons dos brinquedos aos seus pés - fés de segurar na mão e esconder estando ali - distraíam mentiras lustrando bonecas - olhos de brinquedo não se calam por um segundo - viram as setas para as escolhas certas de um dia sem fivelas e estalos - escurecia de cílios descolados corvos que acolhiam de penas amoladas - antes de morder os lábios para não acordar do quarto - e cair do chão - o piso gelado acolhe os joelhos - faz as marcas para tocar - cicatrizes temporárias de diversão - a moça de branco empossando brincadeiras de tragédia gosta de limitar o abismo pelas pontas dos dedos - lambuza o sangue azul com carne desprovida de míseros detalhes doloridos - mentira - falta a respiração por limbo de medo sofrido - afasta que ninguém alcança - apenas quem causa o afastamento - parte dele - de verdade - mas não longe da mentira - duas versões - adultas - natural e forçada - os brinquedos não se arrastam - não se movem - se estatelam no chão montando e desmontando anatomias de borracha pano e sismas - olhos de boneca lacrimejam no sobrenatural - força do que se vê e não se prova

2 comentários:

Infoc@ disse...

gostei do texto, excelente ein!!!

Maria Luiza Artese disse...

Lindo, muito bem escrito e poético. O próprio andamento do texto se assemelha a um carrossel, mas essa deve ter sido a sua intenção, não é? xD Atualize, rapaz! :3
Parabéns!