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23 dezembro 2010

Informação

Tenho andado rude com muitas pessoas. Talvez estivesse envolta de meus pensamentos inúteis e prosaicos. Andava como se apenas existisse uma pessoa no mundo: eu. E quando nada girava ao meu redor, fingia que nada acontecia. É a hipocrisia: já nascemos com ela; quando éramos crianças simulávamos o choro para chamar a atenção de nossos pais.

Era domingo e saí para minha caminhada matinal (serei mais uma velha ranzinza e metódica. Espero chegar até lá) quando um homem pediu dinheiro para voltar ao seu interior. Mentira. Vejo nos olhos quando alguém mente. Respondi rudemente o homem. Ele saiu resmungando baixo, mas eu continuei minha caminhada, como se nada houvesse acontecido.

Em casa, liguei a televisão e coloquei em um programa fútil. Ás vezes é necessário ver futilidades; Nossa vida já é seria demais. Passado meia hora, a campainha tocou. Quem será que veio perturbar-me uma hora dessa? Quando abro a porta vejo o rosto de um velhinho aparentemente simpático.

- Por favor,...
- Não tenho esmola.
- Mas eu...
- O senhor não ouviu? Não tenho esmolas!

Quando ia fechar aporta, o velhinho falou tristemente:

- Só queria saber onde era a Igreja de São Francisco.

Envergonhada, olhei nos olhos do velhinho e apontei para uma igrejinha ao lado do mercado, duas casas após a minha. Ele agradeceu. Ainda envergonhada, entrei e sentei no sofá. Só queria saber onde era a igreja... Com a face corada voltei aos meus prosaicos pensamentos inabaláveis e inúteis...

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