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16 julho 2011

A Hora do Remédio: A Loucura e a Incredulidade

Todos os dias deveria rezar. Mas eu não rezo. Sou um louco delirante que grita, chora e ri descontroladamente. Eu estava amordaçado, com uma camisa de força e monstros de roupas e sapatos brancos que diziam ser meus cuidadores.

Na verdade eles dizem que eu sou louco. Mas eu não sou louco. EU NÃO SOU LOUCO! NÃO SOU LOUCO! Eu vejo vultos passarem na minha frente, atormentarem minha mente e sofrerem veementemente.

O que importa é a hora do remédio. Tudo vira luz, paz. Eu apago, mas quando acordo tudo volta ao normal. Eu fico sabendo do que vai acontecer, o que vai acontecer! Vozes, vozes. Elas me dizem tudo!

Eu não sou louco. Tudo que eu vejo é oniricamente real. Certo dia, um tal de André Luiz veio me dizer para eu ter forças e paciência. Ele dizia ser um médico, mas todos do hospital dizem que não há nenhum médico com esse nome.

Pois é, eu vivo rondando entre o real e o imaginário, dizem os doutores. Mas lembro... lembro-me bem que um senhor já de certa idade e cabelos brancos cochichando aos ouvidos de minha mamãe que eu deveria me dedicar à luz e servir ao Senhor, mas minha santa mãezinha, diante toda sua ignorância interiorana, disse que essas coisas que eu via eram coisas do diabo. Ela me levou à igreja, mas com toda ignorância eclesiástica disseram que não tinha jeito. Lágrimas. E assim me internaram neste lugar horrível, cheio de alienados, drogados sob receita e mortos por essência.

(15/07/2011)

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